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Maria Bonita e Lampião por Zuzu Angel.

quinta-feira, junho 29, 2017

Mineira do sertão das Gerais, Zuzu Angel, apesar de ter crescido na urbana Belo Horizonte, gostava de evocar a infância em sua Curvelo natal. Contava que era terra de gente brava e corajosa, narrava “causos” e dava sonoras gargalhadas, informando aos incrédulos, com um quê de provocação: “na minha terra, o clube mais chique se chamava Revolver Club”. Assim, ela procurava explicar, de forma bem-humorada, seus ímpetos de audácia, desafiando a opressão do regime ditatorial que se impôs à vida brasileira a partir de 1964.  

Quanto maiores e mais numerosos eram os desafios, a indiferença, as negativas e hipocrisias, que era levada a enfrentar na busca do filho desaparecido, Stuart, e, depois, de seus restos mortais, mais ela se aproximava da História de nossos heróis, dos perseguidos, oprimidos, mártires e descamisados. Mais ela entendia a força ideológica de Tuti, apelido dado ao filho criança, e se impregnava com seus valores. Isso se refletia em sua criação, em seus vestidos. Nascia o Anjo. Sua marca.

Nascia também a liberdade de celebrar personagens controversos da vida brasileira, como Lampião e Maria Bonita, os Reis do Cangaço, tidos oficialmente como bandidos sanguinários, mas considerados pelo povo uma espécie de “Robin Hoods do Nordeste”, que roubavam dos ricos para dar aos mais pobres.

Lampião, Maria Bonita e seu bando exerceram sobre Zuzu forte fascínio, que pode também ser atribuído à sua criatividade e inspiração, por elaborarem e executarem os próprios guarda-roupas e acessórios, usando elementos da caatinga, sendo, segundo interpretação de Zuzu, os primeiros a ousarem a efetiva moda com brasilidade.

Assim, em fins dos anos 1960, Zuzu desenvolveu sua primeira linha Maria Bonita e Lampião e a levou para mostrar aos americanos. Toda em seda pura com estampas miúdas sobre fundo preto, em modelagem de macacões com saia-calça ou falsa-saia, cobrindo os joelhos (o comprimento à época era chamado à francesa "mi-mollet"), abertos na frente com zíper, e tendo acessórios de couro. Tudo com muita harmonia.     

Tiras finas de verniz preto com ilhoses de metal prateado cruzavam o peito e a cintura inspirando cartucheiras. Cinturões de seda preta, com chapas de metal dourado incrustadas de pedras preciosas brasileiras. Chapéus de palha baku, em tons das roupas, preto, rosa, palha, ornados com chapinhas de metal dourado, pedras brasileiras, conchinhas. Botas justas de pelica, cano longo, com salto alto 6 cm. As moringas de coco enfeitadas com cordões de pedrinhas brasileiras. As cangaceiras de Zuzu eram, definitivamente, um charme.

Zuzu em

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